Por: Flávia Furlan
Plástico para empresas com faturamento até R$ 90 milhões já é emitido com bandeira Visa, Master e Cabal
Bandeira concorrerá com Visa, Mastercard e Cabal em um mercado de R$ 7 bilhões, formado por pequenas e médias empresas, revela Jair Scalco, presidente da Elo
A Elo — bandeira nacional do Banco do Brasil, Bradesco e Caixa Econômica Federal — lançará em janeiro de 2013 o Cartão BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) com a sua bandeira, para concorrer com as americanas Visa e MasterCard e com a Cabal Brasil, criada em 2000 pela aliança entre Bancoob (Banco Cooperativo do Brasil) e a Cabal Cooperativa de Provisión de Servícios, com sede em Buenos Aires, na Argentina.
Além do cartão BNDES, outra aposta em 2013 será o dos plásticos destinados apenas para as pessoas jurídicas.
O plástico permite o financiamento para realização de investimento produtivo por parte de micro, pequenas e médias empresas (faturamento bruto anual até R$ 90 milhões), com prazo de até 48 meses, taxas de juros de 0,91% ao mês (em dezembro) e isenção de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). O limite de crédito pré-aprovado é de até R$ 1 milhão por banco emissor, e não há cobrança de anuidade. Entre janeiro e setembro, foram realizadas 516 operações, que envolveram R$ 7,1 bilhões.
“Vamos disponibilizar a tecnologia para isso, mas será uma prerrogativa do banco emissor determinar a que cliente oferecer”, afirmou com exclusividade ao BRASIL ECONÔMICO o presidente da bandeira, Jair Scalco. Entre os bancos que emitem o Cartão BNDES, estão os três sócios da bandeira, além do Itaú e do Banrisul. OBNDES confirmou que está conversando com a Elo e que a expectativa é de que a bandeira passe a trabalhar com o cartão em breve, mas não adiantou prazos.
A bandeira Elo nasceu em 2011, possui 10 milhões em cartões de crédito e débito emitidos no Brasil e, ao final de 2013, espera atingir um universo de 25 milhões nestas duas modalidades, o que significa mais do que dobrar a base. O Banco do Brasil já oferece plásticos com as duas funções, enquanto a Caixa Econômica Federal disponibiliza apenas a modalidade débito, com previsão de emitir a crédito em janeiro. O Bradesco tem a situação contrária, oferecendo crédito e aguardando o próximo mês para disponibilizar o débito.
Além dessas modalidades, a Elo já oferece os cartões de benefício para alimentação e refeição, administrados pela Alelo, e o Agro, oferecido para empresas da cadeia agropecuária e para os agricultores. “A nossa expectativa é oferecer para os emissores todos os produtos que as outras bandeiras também possuem e, em 2013, pretendemos colocar todos eles no mercado”, informou Scalco. Em novembro, um total de 620 mil estabelecimentos transacionaram com cartões da bandeira Elo, pela rede da credenciadora Cielo. “Qualquer estabelecimento que tenha a Cielo como adquirente, em tese, pode transacionar coma Elo, mas quando tem rede própria, depende de ele fazer a alteração do sistema dele. Então, depende muito mais do estabelecimento do que da própria Elo e da Cielo. No caso da internet, é a mesma coisa”, afirmou.
O tíquete médio dos cartões da bandeira Elo ainda é baixo, em torno de R$ 60, o que está atrelado também à maior presença de plásticos com a função débito, que representam cerca de 80% da base e que são mais usados em compras de menor valor. “Como é um cartão ainda novo, o gasto médio é menor do que os mais maduros, mas a tendência é de que ele aumente à medida que vá ganhando mais espaço entre os portadores”, destaca o executivo.
Apesar de ter nascido como uma bandeira nacional, a Elo não descarta sua internacionalização, o que ainda também não tem data para acontecer. “Com certeza vamos oferecer oportunidades para o brasileiro que quiser usar a bandeira lá fora, mas não é a nossa prioridade agora, que é atender o Brasil”, concluiu Scalco.
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