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Mercado Pago reforça aposta na pessoa física

por: Afonso Bazolli
em: Crédito
fonte: Valor Econômico
04 de outubro de 2021 - 17:06 - atualizado às 18:12

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Túlio Oliveira diz que a ‘tag’ de pedágio, recém-lançada, era uma demanda dos clientes

Terceira maior carteira virtual/banco digital do país, com quase 19 milhões de usuários, o Mercado Pago voa um pouco abaixo do radar. Apesar de fazer parte do conglomerado do Mercado Livre, que tem capital aberto nos EUA e além do Brasil opera em outros seis países da América Latina, a fintech tem um perfil um pouco mais discreto que rivais como Nubank, PicPay e mesmo PagSeguro, e só mais recentemente começou a investir de maneira robusta em comunicação em massa. Ainda assim, seu crescimento impressiona e a oferta para pessoas físicas vem sendo ampliada fortemente.

O mais recente lançamento do Mercado Pago para pessoa física é a tag de pedágio e estacionamento Ultrapasse, em parceria com a ConectCar. O serviço será isento de mensalidade para os três primeiros meses e após esse período, é cobrado um valor a partir de R$ 12,90, com descontos de acordo com o nível de cada usuário no Mercado Pontos, podendo chegar a ser gratuita para os usuários do nível 6.

Quem comanda a operação brasileira do Mercado Pago é Túlio Oliveira, que está na companhia desde 2014 e antes disso teve passagens por Unibanco, Itaú e PayPal. Ele conta que a “tag” de pedágio era uma demanda dos clientes e que, como todo lançamento, a integração com a base de clientes será gradual, mas o potencial de penetração é enorme. “Estamos fortalecendo nossa proposta de valor para PF, com essa nova tag, uma conta digital gratuita, ligada ao Pix, com solução de crédito, cartão, e estamos trabalhando agora em produtos de investimento”, conta.

Por ter nascido do Mercado Livre, a fintech teve um caminho um pouco diferente de outras carteiras e bancos digitais, que normalmente começam na PF e depois avançam para a pessoa jurídica. Sua operação de adquirência no Brasil já tem quase 3 milhões de maquininhas (POS), sendo que 738 mil foram vendidos no segundo trimestre deste ano. Além dos 18,7 milhões de usuários pagadores – que são as pessoas físicas, com foco nas classes C e D – existem outros 8,3 milhões de vendedores. O volume de pagamentos (TPV) atingiu US$ 17,5 bilhões no período, considerando todos os países onde opera, com alta anual de 56,3%.

A fintech tem 11,9 milhões de cartões emitidos, sendo 3 milhões só no último trimestre. A carteira consolidada de crédito atingiu R$ 1,9 bilhão, quase triplicando em relação ao segundo trimestre de 2020. “Nós viemos do mundo de pagamentos, e agora estamos entrando no mundo mais bancário, digamos, com uma solução completa. Há espaço para muita gente no universo de bancos digitais para PF, mas onde a gente entra é para ser líder”, diz Oliveira.

Os cartões emitidos pelo Mercado Pago são de débito e, desde abril, a fintech começou a liberar a função de crédito para partes da base de usuários. O executivo conta que 43% da base elegível está tendo acesso pela primeira vez a um cartão de crédito. “Esse é um projeto que ainda está em rollout e já estamos fazendo um papel de inclusão de pessoas no sistema.”

Além de atuar como instituição de pagamento, o grupo recebeu em novembro do ano passado a licença de financeira. Mesmo assim, por ora ainda oferta crédito atuando como correspondente dos bancos Topázio e Money Plus. “Estamos em um período de ajuste dos sistemas para começar a operação diretamente. Logo passaremos tudo para sa financeira”, diz.

Oliveira conta que a inadimplência no Brasil foi um pouco acima do esperado no primeiro trimestre, com o impacto do fim do auxílio emergencial, mas que no segundo trimestre o indicador já melhorou e as novas safras de crédito mostram métricas de qualidade de ativo bastante saudáveis. “Não precisamos fazer muita força para conceder crédito. Há uma demanda latente muito grande nessa população que a gente atende. O grande desafio é crescer com segurança, não dá para dar saltos.”

André Chaves, vice-presidente sênior de estratégia e novos negócios do Mercado Livre, diz que a inadimplência geral acima de 90 dias em todos os países é de 17,2%, mas que a fintech tem uma carteira muito diferente dos bancos tradicionais. Primeiro porque 100% das linhas pagam juros, e segundo porque o prazo médio é muito curto, de três, quatro meses. Ele não revela o dado específico de Brasil, mas diz que não está muito longe do número geral. “Nossa inadimplência é matematicamente mais alta, mas não quer dizer que nossa carteira seja mais arriscada. A carteira é rentável e tem desempenhado bem, acima das expectativas.”

Questionado sobre uma possível separação do Mercado Pago em relação ao Mercado Livre, Oliveira diz que um movimento nesse aspecto não faz sentido e que as duas companhias são mais fortes juntas. No Brasil, a fintech já responde por 34,4% do faturamento do grupo. “Vários concorrentes nossos estão tentando montar uma marketplace, e nós já temos isso com o Mercado Livre. E várias varejistas estão tentando oferecer serviços financeiros, e o Mercado Livre já tem isso com a gente. Então nos vemos muito bem posicionados para competir nesse mundo novo que vem pela frente, inclusive com o open banking, onde estamos atuando de forma muito ativa.”

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