Regras mais restritivas e economia estagnada obrigam os principais bancos a cortar gastos
A sangria dos bancos que começou durante a crise financeira de 2008 ainda não acabou. Essa é a visão de 83% dos analistas que participam da pesquisa trimestral global compilada pela Bloomberg. Segundo eles, o setor bancário vai continuar demitindo neste ano. As reduções afetarão empresas do mundo inteiro, disseram 61% dos consultados. Para 21%, a maioria dos empregos serão eliminados na Europa, e 1% disse que a maior concentração será nos EUA. Somente 8% esperam que os bancos criem empregos neste ano. As empresas financeiras estão tendo dificuldades para se restabelecer, anos depois do colapso do mercado imobiliário dos EUA e da crise da dívida soberana na Europa. Quatro dos maiores bancos dos EUA e do Reino Unido eliminaram quase 350 mil vagas desde o começo de 2008, segundo dados compilados pela Bloomberg.
A fraca recuperação mundial e as regulamentações projetadas para evitar outra crise diminuíram a lucratividade das maiores empresas. “Oscilações abruptas do mercado, recuperação econômica lenta, carga regulatória — tudo isso está restringindo as operações dos bancos”, disse Daniel Baker, analista da Informa Global Markets em Londres e participante da pesquisa. “Haverá mais demissões no setor enquanto a coisa não se estabilizar”. Os bancos europeus já anunciaram demissões para este ano. O Standard Chartered, com sede em Londres, disse que eliminaria 4 mil postos em serviços bancários para clientes.
O Deutsche Bank AG, com sede em Frankfurt, está considerando reduções de pessoal e venda de ativos como parte de uma reforma estratégica, segundo uma fonte do setor. O Citigroup foi o banco que eliminou mais empregos, tendo demitido 133 mil pessoas nos últimos sete anos. Em resposta à pergunta de se os bancos se dividirão, somente 13% dos participantes esperavam que pelo menos uma grande empresa fizesse isso neste ano. Entre os participantes que previram que os bancos continuarão intactos, 58% disseram que os credores refinarão seus modelos de negócios e 20% acreditam que as mudanças não alterarão esses modelos de forma significativa. O assunto ganhou destaque neste mês, quando um relatório do Goldman Sachs Group sugeriu que o JPMorgan Chase valeria mais caso se dividisse. As regulamentações que punem os bancos por seu tamanho, como a feita pela Federal Reserve (Fed), o banco central dos EUA, de cobrar uma sobretaxa de capital aos oito maiores bancos dos EUA, tornam o aspecto econômico cada vez menos atraente, escreveram analistas do Goldman Sachs.
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